A Quevedo
Hoje que o engenho não tem praça,
que a poesia se quer mais que arte
e se denega a parte
do engenho em sua traça,
nos mostra teu travejamento
que é possível abolir o lance,
o que é acaso, chance,
mais: que o fazer é engenho.
João Cabral
quarta-feira, 13 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
O LITERÁRIO E O "LITERÁRIO"
ALGUNS TOUREIROS
João Cabral de Melo Neto
Eu vi Manolo Gonzáles
e Pepe Luís, de Sevilha:
precisão doce de flor,
graciosa, porém precisa.
Vi também Julio Aparício,
de Madrid, como Parrita:
ciência fácil de flor,
espontânea, porém estrita.
Vi Miguel Báez, Litri,
dos confins da Andaluzia,
que cultiva uma outra flor:
angustiosa de explosiva.
E também Antonio Ordóñez,
que cultiva flor antiga:
perfume de renda velha,
de flor em livro dormida.
Mas eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,
o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra
o da figura de lenha
lenha seca de caatinga,
o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fímbria,
o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida,
sim, eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais asceta,
não só cultivar sua flor
mas demonstrar aos poetas:
como domar a explosão
com mão serena e contida,
sem deixar que se derrame
a flor que traz escondida,
e como, então, trabalhá-la
com mão certa, pouca e extrema:
sem perfumar sua flor,
sem poetizar seu poema
João Cabral de Melo Neto
Eu vi Manolo Gonzáles
e Pepe Luís, de Sevilha:
precisão doce de flor,
graciosa, porém precisa.
Vi também Julio Aparício,
de Madrid, como Parrita:
ciência fácil de flor,
espontânea, porém estrita.
Vi Miguel Báez, Litri,
dos confins da Andaluzia,
que cultiva uma outra flor:
angustiosa de explosiva.
E também Antonio Ordóñez,
que cultiva flor antiga:
perfume de renda velha,
de flor em livro dormida.
Mas eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,
o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra
o da figura de lenha
lenha seca de caatinga,
o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fímbria,
o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida,
sim, eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais asceta,
não só cultivar sua flor
mas demonstrar aos poetas:
como domar a explosão
com mão serena e contida,
sem deixar que se derrame
a flor que traz escondida,
e como, então, trabalhá-la
com mão certa, pouca e extrema:
sem perfumar sua flor,
sem poetizar seu poema
quarta-feira, 6 de julho de 2011
LEIAM PORTAIS, DE VÂNIA DE MAGALHÃES
PARQUE VAZIO
Parque vazio
momentos de chuva
hoje as árvores não cantam
Não há vento
Tudo queda inerte
Trago em silêncio
apatia e luz
dores da inércia
Tumulto solitário
Os anjos dourados
não nos visitam mais
Sobre os meus ombros
a manhã cinzenta desliza
Não há ninguém nos gramados
Chove como se fosse
a primeira tempestade
Vânia Magalhães
No sintagma “parque vazio” uma oposição: parque sugere espaço aberto e amplo, portanto, de muitas pessoas; parque é lugar de pra-zer, de alegria; parque pode ser parque de diversões e, então, lugar de festa e de infância...No entanto, este parque se encontra vazio e repleto de negações (árvores não cantam; não há vento;anjos não nos visitam; ninguém nos gramados), além de palavras que indicam imobilidade (inerte, apatia, silêncio, inércia). Esta oposição reaparece em “tumulto solitário”, o verso conclusivo da primeira estrofe.
Neste dia, em que o cinzento predomina sobre o dourado, o eu líri-co se mostra em comunhão com a natureza que chove e que, talvez por isto, tenha afugentado as pessoas do “parque”. No símile dos versos finais, vemos a insinuação de que aquela não é a primeira “tempestade” e certamente não seria a última. Cabe aqui lembrarmos que as tempestades, tanto as físicas quanto as simbólicas, servem também para lavar o corpo e os acontecimentos.
De olhos lavados, podemos ver coisas diferentes e seguir livres da infância, dos parques e também dos anjos.
Marcus Vinicius Quiroga
Parque vazio
momentos de chuva
hoje as árvores não cantam
Não há vento
Tudo queda inerte
Trago em silêncio
apatia e luz
dores da inércia
Tumulto solitário
Os anjos dourados
não nos visitam mais
Sobre os meus ombros
a manhã cinzenta desliza
Não há ninguém nos gramados
Chove como se fosse
a primeira tempestade
Vânia Magalhães
No sintagma “parque vazio” uma oposição: parque sugere espaço aberto e amplo, portanto, de muitas pessoas; parque é lugar de pra-zer, de alegria; parque pode ser parque de diversões e, então, lugar de festa e de infância...No entanto, este parque se encontra vazio e repleto de negações (árvores não cantam; não há vento;anjos não nos visitam; ninguém nos gramados), além de palavras que indicam imobilidade (inerte, apatia, silêncio, inércia). Esta oposição reaparece em “tumulto solitário”, o verso conclusivo da primeira estrofe.
Neste dia, em que o cinzento predomina sobre o dourado, o eu líri-co se mostra em comunhão com a natureza que chove e que, talvez por isto, tenha afugentado as pessoas do “parque”. No símile dos versos finais, vemos a insinuação de que aquela não é a primeira “tempestade” e certamente não seria a última. Cabe aqui lembrarmos que as tempestades, tanto as físicas quanto as simbólicas, servem também para lavar o corpo e os acontecimentos.
De olhos lavados, podemos ver coisas diferentes e seguir livres da infância, dos parques e também dos anjos.
Marcus Vinicius Quiroga
domingo, 3 de julho de 2011
A LISTA
Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
hoje acreditam que amam você?
Ouvindo um DVD de Oswaldo Montenegro, prestei atenção à letra e ela me lembrou a questão da empatia. Trata-se de uma letra direta, quase que inteiramente denotativa, em que o autor está mais interessado em dizer algo do que na forma poética como diz. Aliás, este é um fato que ocorre com boa parte das letras de nosso cancioneiro.
Com exceção da metáfora “no espelho do agora”, o texto é simples e referencial, mas cumpre o seu objetivo: o de nos fazer pensar sobre o tema da canção, daí a empatia prevalecendo sobre a poesia.
Fazer uma lista pode parecer coisa de livro de autoajuda, mas o fato é que, quando escrevemos algo, é mais difícil mentirmos para nós mesmos, portanto fazer listas é útil e funciona como o espelho, citado posteriormente.
Então, vamos lá: Quem são nossos grandes amigos? Não vale apenas parente, conhecido, colega de trabalho ou ex-colega de escola. Pensemos só em grandes amigos, como confidentes, com os quais temos liberdade para telefonar a qualquer hora e de pedir qualquer coisa sem constrangimento.
Agora vamos à segunda parte: Quantos ainda vemos? Quantos ainda sentam conosco à mesa de um bar? Quantos ainda frequentam a nossa casa? Quantos ainda nos telefonam? Quantos ainda nos escrevem (carta, bilhete, e-mail)?
Não paremos, não. Agora é a vez dos sonhos. Quantos são reescritos nas agendas há décadas? Quantos nos realizamos? Quantos se perderam no caminho? Quantos – cremos- ainda poderão ser alcançados?
E tomemos mais perguntas: Quantos amores, afetos, afeições conseguimos preservar? Quantos amigos jogamos fora? E quantos nos jogaram? Quantos afetos tiveram que desaparecer para que outros surgissem? De quantas vidas desaparecemos para que elas seguissem seus caminhos? Quantos encontros e desencontros nos formaram e nos fragmentaram?
Quantos amores e amigos já morreram lenta ou inesperadamente? Quantos nós já enterramos ou quantos ainda esperam por Antígona? Quantos nos ensinaram a fragilidade do tempo?
E por falar em tempo, que tal pensarmos sobre as coisas que um dia julgávamos importante e que hoje são tão tolas? E também sobre aquelas que permanecem importantes, porque não mudaram, porque não mudamos...
Agradam-me particularmente os versos: “Quantos defeitos sanados com o tempo / Eram o melhor que havia em você?”, porque me irritam, também particularmente, palavras como defeitos e qualidades. São palabras típicas de pessoas inseguras que se dizem “perfeccionistas”, só para insinuar que os outros fazem tudo errado...
Bem, voltemos ao que interessa: “Quantos defeitos sanados com o tempo/ Eram o melhor que havia em você?”. Estes versos nos fazem pensar sobre o que é ou não defeito e que a “correção” de certos “defeitos” por questões sociais, familiares, profissionais, conjugais etc serve apenas para nos afastar de nós mesmos. Lembro aqui de A flor e a náusea, de Drummond: “o menino de 1918 chamavam anarquista./ Porém meu ódio é o melhor de mim. /Com ele me salvo/ e dou a poucos uma esperança mínima”
Embora estejam na terceira estrofe, os versos “Onde você ainda se reconhece?/Na foto passada ou no espelho de agora?/ Hoje é do jeito que achou que seria?” são o clímax da letra, pois amigos, sonhos, amores, mistérios, segredos, tudo faz com que nós nos vejamos e pensemos se é possivel nos reconhecer ou se, mais do que perder amizades, nos perdemos. Não nos reconhecermos no “espelho do agora” é o pior que pode nos acontecer; já na foto passada, certamente não estamos mais, pois o tempo já passou e os acontecimentos ficaram para trás, ainda que eternos (eu prefiro dizer históricos) dentro de nós.
Somos do jeito que achávamos que seríamos? Não? Por que não? O que não fizemos? O que desfizemos? O que escolhemos? O que abandonamos? O que preterimos? O que elegemos?
Na verdade, o grande tema desta canção é o tempo, a passagem do tempo e suas mudanças. Fazer estas listas pessoais também serve para mostrar que tudo muda e não temos que olhar para estas mudanças necessarimente com nostalgia, arrependimento, remorso ou pesar. As coisas mudaram porque quisemos que isto acontecesse. Não somos vítimas do tempo, mas seus agentes.
Guardar álbuns e mais álbuns não nos impede de envelhecermos nem de nos perdermos de nós mesmos. São só imagens. E um porão (ou sótão) cheio de álbuns e poeira talvez nos nos leve de volta a nós mesmos, se for esta a nossa intenção.
Esta letra-balanço sem dúvida insinua que na contabilidade da vida a coluna de perdas foi grande e que nós fomos, é claro, os responsáveis por boa parte delas. Mas seu tom não é de lamúria, mas de reflexão, reflexão que deve conduzir à ação.
Talvez alguns, após ouvi-la, pensem em se reconciliar com antigos amigos; cá eu penso que ela incita a que nos reconciliemos com nós mesmos. Ou seja, que respondamos a tantas perguntas (a estas e a outras tantas) e reflitamos sobre o tempo e o espelho ou, sobre o tempo-espelho. Provavelmente quando abrimos mão de pessoas e de coisas (e até de “sonhos”) o fizemos para não abrirmos mão de nós mesmos. Se muitos de nós se identificam tanto com tais versos é porque a identidade é nossa maior questão.
E que haja sempre uma mínima esperança drummondiana para romper o asfalto, todo tipo de asfalto.
Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
hoje acreditam que amam você?
Ouvindo um DVD de Oswaldo Montenegro, prestei atenção à letra e ela me lembrou a questão da empatia. Trata-se de uma letra direta, quase que inteiramente denotativa, em que o autor está mais interessado em dizer algo do que na forma poética como diz. Aliás, este é um fato que ocorre com boa parte das letras de nosso cancioneiro.
Com exceção da metáfora “no espelho do agora”, o texto é simples e referencial, mas cumpre o seu objetivo: o de nos fazer pensar sobre o tema da canção, daí a empatia prevalecendo sobre a poesia.
Fazer uma lista pode parecer coisa de livro de autoajuda, mas o fato é que, quando escrevemos algo, é mais difícil mentirmos para nós mesmos, portanto fazer listas é útil e funciona como o espelho, citado posteriormente.
Então, vamos lá: Quem são nossos grandes amigos? Não vale apenas parente, conhecido, colega de trabalho ou ex-colega de escola. Pensemos só em grandes amigos, como confidentes, com os quais temos liberdade para telefonar a qualquer hora e de pedir qualquer coisa sem constrangimento.
Agora vamos à segunda parte: Quantos ainda vemos? Quantos ainda sentam conosco à mesa de um bar? Quantos ainda frequentam a nossa casa? Quantos ainda nos telefonam? Quantos ainda nos escrevem (carta, bilhete, e-mail)?
Não paremos, não. Agora é a vez dos sonhos. Quantos são reescritos nas agendas há décadas? Quantos nos realizamos? Quantos se perderam no caminho? Quantos – cremos- ainda poderão ser alcançados?
E tomemos mais perguntas: Quantos amores, afetos, afeições conseguimos preservar? Quantos amigos jogamos fora? E quantos nos jogaram? Quantos afetos tiveram que desaparecer para que outros surgissem? De quantas vidas desaparecemos para que elas seguissem seus caminhos? Quantos encontros e desencontros nos formaram e nos fragmentaram?
Quantos amores e amigos já morreram lenta ou inesperadamente? Quantos nós já enterramos ou quantos ainda esperam por Antígona? Quantos nos ensinaram a fragilidade do tempo?
E por falar em tempo, que tal pensarmos sobre as coisas que um dia julgávamos importante e que hoje são tão tolas? E também sobre aquelas que permanecem importantes, porque não mudaram, porque não mudamos...
Agradam-me particularmente os versos: “Quantos defeitos sanados com o tempo / Eram o melhor que havia em você?”, porque me irritam, também particularmente, palavras como defeitos e qualidades. São palabras típicas de pessoas inseguras que se dizem “perfeccionistas”, só para insinuar que os outros fazem tudo errado...
Bem, voltemos ao que interessa: “Quantos defeitos sanados com o tempo/ Eram o melhor que havia em você?”. Estes versos nos fazem pensar sobre o que é ou não defeito e que a “correção” de certos “defeitos” por questões sociais, familiares, profissionais, conjugais etc serve apenas para nos afastar de nós mesmos. Lembro aqui de A flor e a náusea, de Drummond: “o menino de 1918 chamavam anarquista./ Porém meu ódio é o melhor de mim. /Com ele me salvo/ e dou a poucos uma esperança mínima”
Embora estejam na terceira estrofe, os versos “Onde você ainda se reconhece?/Na foto passada ou no espelho de agora?/ Hoje é do jeito que achou que seria?” são o clímax da letra, pois amigos, sonhos, amores, mistérios, segredos, tudo faz com que nós nos vejamos e pensemos se é possivel nos reconhecer ou se, mais do que perder amizades, nos perdemos. Não nos reconhecermos no “espelho do agora” é o pior que pode nos acontecer; já na foto passada, certamente não estamos mais, pois o tempo já passou e os acontecimentos ficaram para trás, ainda que eternos (eu prefiro dizer históricos) dentro de nós.
Somos do jeito que achávamos que seríamos? Não? Por que não? O que não fizemos? O que desfizemos? O que escolhemos? O que abandonamos? O que preterimos? O que elegemos?
Na verdade, o grande tema desta canção é o tempo, a passagem do tempo e suas mudanças. Fazer estas listas pessoais também serve para mostrar que tudo muda e não temos que olhar para estas mudanças necessarimente com nostalgia, arrependimento, remorso ou pesar. As coisas mudaram porque quisemos que isto acontecesse. Não somos vítimas do tempo, mas seus agentes.
Guardar álbuns e mais álbuns não nos impede de envelhecermos nem de nos perdermos de nós mesmos. São só imagens. E um porão (ou sótão) cheio de álbuns e poeira talvez nos nos leve de volta a nós mesmos, se for esta a nossa intenção.
Esta letra-balanço sem dúvida insinua que na contabilidade da vida a coluna de perdas foi grande e que nós fomos, é claro, os responsáveis por boa parte delas. Mas seu tom não é de lamúria, mas de reflexão, reflexão que deve conduzir à ação.
Talvez alguns, após ouvi-la, pensem em se reconciliar com antigos amigos; cá eu penso que ela incita a que nos reconciliemos com nós mesmos. Ou seja, que respondamos a tantas perguntas (a estas e a outras tantas) e reflitamos sobre o tempo e o espelho ou, sobre o tempo-espelho. Provavelmente quando abrimos mão de pessoas e de coisas (e até de “sonhos”) o fizemos para não abrirmos mão de nós mesmos. Se muitos de nós se identificam tanto com tais versos é porque a identidade é nossa maior questão.
E que haja sempre uma mínima esperança drummondiana para romper o asfalto, todo tipo de asfalto.
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