quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Gás neon

Viver essa longa avenida de gás neon
Portas de ouro e prata
Falsos sonhos nessas noites de verão
Faces coloridas, farsas de alegria
Beijo sem sabor
Gestos clandestinos tontos e sedentos de amor
Espinhos, rosas, risos, pranto e tanto desamor
Corte, cicatrizes, gritos engasgados
Lágrimas de dor
Máscaras no rosto, continua a festa
No sorriso o sal
A orquestra geme as dores do palhaço
Triste marginal
Ai de quem mergulhar nesse mar de veneno
Nessa lama enfeitada, nesse sangue das taças
Temendo sofrer
Ai de quem quer negar esse mar de veneno
Mil vezes maldito na inconsciência
Das vidas à margem há de ser

   Após assistir ao filme sobre o Gonzagão, busquei sem êxito a letra de Parada obrigatória pra pensar, que, inexplicavelmente, não aparece na internet. Queria algo do início do Gonzaguinha, da fase que prefiro, pois as letras eram mais elaboradas.Aqui fica Gás neon, apresentada por Maria Betânia no espetáculo Cena Muda, como bom exemplo do uso da enumeração.
    Como curiosidade o contraste de certas melodias, do tom áspero de voz e da postura em cena do compositor com versos de tom hiperbólico (mar de veneno, mil vezes maldito...), que vieram a se tornar marca da segunda fase de Gonzaguinha