terça-feira, 22 de novembro de 2011

TO LEAVE, TO LIVE

She's Leaving Home

Wednesday morning at five o´clock as the day begins
Silently closing her bedroom door
Leaving the note that she hoped would say more
She goes downstairs to the kitchen
Clutching her handkerchief
Quietly turning the backdoor key
Stepping outside she is free
She
We gave her most of our lives
Is leaving
Sacrified most of our lives
Home
We gave her everything money could buy
She´s leaving home after living alone
For so many years
Father snores as his wife gets into
Her dressing gown
Picks up the letter that´s lying there
Standing alone at the top of the stairs
She breaks down and cries to her husband
"daddy, our baby is gone"
Why would she treat us so thoughtlessly?
How could she do this to me?
She
We never thought of ourselves
Is leaving
Never a thought of ourselves
Home
We struggled hard all our lives to get by
She´s leaving home after living alone
For so many years
Friday morning at nine o´clock she is far away
Waiting to keep the appointment she made
Meeting a man from the motor trade
She
What did we do that was wrong?
Is having
We didn´t know it was wrong
Fun
Fun is the one thing that money can´t buy
Something inside that was always denied
For so many years
She´s leaving home, bye, bye

Lennon / McCartney






Ouvindo Father and son, de Cat Stevens, lembrei-me de She is leaving home, por motivos óbvios. Saio de um diálogo frustrado entre pai e filho para o texto surpreso de um casal diante da partida da filha. Em ambos, a distância de gerações, a incompreensão, a cegueira por parte dos mais velhos que não conseguem se levantar da poltrona de sua época e subir no estribo do bonde da história.
Entre parênteses temos as falas do casal que não entende o que está acontecendo, pois jamais prestou atenção ao que existia a seu redor. Quando de repente veem que a filha é uma estranha, dizem a clássica frase “What did we do that was wrong?”.
São duas letras sobre a falta de comunicação ou sobre o egoísmo
de pais que não enxergam os filhos. Claro que Cat, John e Paul eram jovens quando fizeram as letras e estavam ao lado dos filhos, em oposição aos pais. Mas quem, com mais de trinta, ousaria contrariar as letras?
Notemos o elemento dual presente em ambas: pai e filho, pais e filha, duas gerações, imobilidade e movimento etc...Em ambas também a partida dos filhos em busca de sua história, de sua identidade. Imagino que seriam interessantes composições que retomassem o tema, como se fossem Father and son II ou She’s leaving home II, com o discurso atual dos mesmos personagens. Que balanço fariam 40 anos depois pais e filhos? Como todos nós somos ao mesmo tempo nossos pais e nossos filhos, que balanço fazemos de nossas partidas e do que ficou para trás?
Quem se esqueceu em algum porto, não ouviu as palavras
finais da canção de Stevens:”Now there's a way and I know/
That i have to go away/ I know I have to go”.


Marcus Vinicius Quiroga

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