terça-feira, 15 de janeiro de 2013



Último Desejo

Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não


Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim


Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim



   Noel Rosa, chamado na época de o filósofo do samba, mostra na segunda parte que não existe o fato, mas as versões do fato. Com sabedoria irônica separa as pessoas afetivamente e a elas dá a versão que agradar mais. Qual é a verdadeira? A que você escolher.
   Caso você escolha a versão falsa, terá também a consequência falsa do fato, continuamente e para todo o sempre.
   Em breve, frases tiradas de suas letras, compondo um modo de pensar.

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