Renato Alvarenga
O BOI
Os quartos de
boi
pendurados
nesta câmara refrigerada
já foram músculos
vivos...
A matéria dos
homens
já foi carne para
as feras.
Éramos os bois
das bestas,
que não
distinguem o bicho do alimento
e nos
consumiam in natura.
Éramos os bois
de boiadeiros
de corpos e
almas.
Não nos lembramos
amiúde
de que o bife
no prato já sentiu:
apesar de
processado antes,
o boi do homem
continua boi.
Se nem isso
percebemos,
menos
entenderemos
que o homem
ainda é o boi do homem.
Este texto de
Renato Alvarenga, poeta que cresce a cada livro,
apresenta um desdobramento da imagem do boi que prepara a
leitura para a metáfora final. Faça um poema em que uma
imagem-matriz também seja reutilizada e acrescida de novos sentidos.
apresenta um desdobramento da imagem do boi que prepara a
leitura para a metáfora final. Faça um poema em que uma
imagem-matriz também seja reutilizada e acrescida de novos sentidos.
Marcus
Vinicius Quiroga
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