sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O TEXTO E AS ÉPOCAS

Pesadelo
(Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro)


Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã, olha aí


Embora esta letra tenha sido escrita em um momento de circunstâncias
extremamente repressoras,  os versos ultrapassam a época e adquirem
novos significados . Por exemplo, “você me prende vivo, eu escapo morto”
hoje já não é tão literal e, simbolicamente, pode ter diversos usos e interpretações.
Faça um poema em que haja um aparente absurdo  como “escapo morto”,

ou ainda, que tenha uma solução inesperada para algum problema.

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