quarta-feira, 9 de outubro de 2013

ARTE E TEMPO

26

Soltas dos olhos do corpo há figuras
vivendo noutro plano, sem matéria
ali, transfiguradas criaturas,
visíveis mas de origem num mistério.
São e não são, estão além dos textos,
e sem medida e sem qualquer pretexto.

Porque não basta à vida a realidade,
vagas figuras a transformam, surge
de um quase nada essa necessidade,
cirando uma sem ente, algum futuro.
Porque não basta à vida ser tão breve
o homem a recria quando escreve.

    Este é o poema número 26 do livro Altamira e Alexandria, de Izacyl Guimarães Ferreira. Todos os poemas são feitos de duas estrofes de seis versos, em decassíla-bos. Neste exemplo, vemos como arte e tempo se entrelaçam, sendo os dois eixos fundamentais da obra.

    Com base na leitura do tempo, façamos outro sobre como a arte modifica a noção de tempo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário