26
Soltas dos
olhos do corpo há figuras
vivendo noutro
plano, sem matéria
ali, transfiguradas
criaturas,
visíveis mas
de origem num mistério.
São e não são,
estão além dos textos,
e sem medida e
sem qualquer pretexto.
Porque não
basta à vida a realidade,
vagas figuras
a transformam, surge
de um quase
nada essa necessidade,
cirando uma
sem ente, algum futuro.
Porque não basta
à vida ser tão breve
o homem a
recria quando escreve.
Este é o poema número 26 do livro Altamira
e Alexandria, de Izacyl Guimarães Ferreira. Todos os poemas são feitos de duas
estrofes de seis versos, em decassíla-bos. Neste exemplo, vemos como arte e
tempo se entrelaçam, sendo os dois eixos fundamentais da obra.
Com base na leitura do tempo, façamos outro
sobre como a arte modifica a noção de tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário