nada
de meias-palavras
o
abutre bica o fígado
independente
do sol lá fora
nada
de meias-verdades
um
catre é sempre escuro
antes
o jornal que o poema
quando
o poema é máscara
antes
e sempre a palavra áspera
nada
de zelo ou mesura
o
abutre bica o fígado
diante
de todos os olhares
mas
há quem cegue o poeta
para
que ele cante e agrade
antes
o jornal que o poema
se
de mim o poema se afasta
se
seu pudor só me traz asco
nada
de falsas palavras
quando
se quer ser inteiro
até
e muito mais na falta
do
fígado sempre bicado
das
tripas sempre à mostra
antes
o jornal e os desastres
para
que eu também não me perca
e
meu poema não deserte
Em tempos de manipulação midiática excessiva, com abundância
de eufemismos, disfemismos, metáforas e desvios semânticos de
toda ordem, tiro do fundo do baú um poema que fala do bom jornal
(aquele que fazia o "bom combate"). Façamos um poema sobre
desertores. O sentido desta palavra fica por conta do autor.
de eufemismos, disfemismos, metáforas e desvios semânticos de
toda ordem, tiro do fundo do baú um poema que fala do bom jornal
(aquele que fazia o "bom combate"). Façamos um poema sobre
desertores. O sentido desta palavra fica por conta do autor.
Marcus Vinicius Quiroga
Nenhum comentário:
Postar um comentário