segunda-feira, 12 de setembro de 2011





FEBRUARY

(Dar Willians)



I threw your keys in the water, I looked back,
Theyd frozen halfway down in the ice
They froze up so quickly, the keys and their owners,
Even after the anger, it all turned silent, and
The everyday turned solitary,
So we came to february

First we forgot where wed planted those bulbs last year,
Then we forgot that wed planted at all,
Then we forgot what plants are altogether,
And I blamed you for my freezing and forgetting and
The nights were long and cold and scary,
Can we live through february?

You know I think christmas was a long red glare,
Shot up like a warning, we gave presents without cards,
And then the snow,
And then the snow came, we were always out shoveling,
And wed drop to sleep exhausted,
Then wed wake up, and it’s snowing

And february was so long that it lasted into march
And found us walking a path alone together
You stopped and pointed and you said, ’thats a crocus,’
And I said, ’whats a crocus? ’ and you said, ’its a flower,’
I tried to remember, but I said, ’whats a flower? ’
You said, ’i still love you’

The leaves were turning as we drove to the hardware store,
My new lover made me keys to the house,
And when we got home, well we just started chopping wood,
Because you never know how next year will be,
And well gather all our arms can carry,
I have lost to february







Escutando a canção de Dar Willians, lembrei-me de um tema de que tenho falado com certa frequência nas oficinas: o uso criativo ou expressivo das rimas. Por gostar delas, lamento quem as usa de forma burocrática ou quem as ignore, por vê-las como característica de poema passadista, e sempre chamo a atenção de que elas podem colaborar para a composição do poema, ou, se gastas e previsíveis, podem também enfraquecer o texto.
Fazer poemas com rima ou sem rima é fácil, fazê-los com rimas que tenham uma função verdadeiramente poética é que são elas. Se eu rimar, só por rimar, não tenho mérito; se eu simplesmente não rimar, fugindo ao desafio da criatividade, também não tenho méritos.
Hélcio Martins fez um excelente estudo sobre as rimas em Drummond, que só tem 14% dos seus poemas com rima, o que faz com que o uso tão parcimonioso da rima pelo poeta seja mais significativo.
Sendo February uma letra de música, não um poema, há uma espécie de refrão, em que o segundo verso usa a palavra que dá título à canção. Neste caso, o verso anterior apresenta uma rima com february. Tais rimas nos finais das estrofes fazem com que os versos sejam melhor memorizados e, portanto, valorizam o conteúdo destes finais. Ou seja, estas rimas têm um efeito poético e uma razão de ser. Atentemos para muitos poemas que só apresentam rimas no final da estrofe ou do poema.


Para entendermos esta letra e suas imagens, temos que lembrar que ela se refere às estações no hemisfério norte. Logo February fala sobre o inverno. Melhor, sobre o período mais rigoroso do inverno.
O mês aqui adquire a conotação de frio, gelo e neve, palavras que, na letra, passam da visualização concreta para a significação abstrata. Aliás. observemos no trecho abaixo como as palavras destacadas podem, depois de lidas denotativamente, serem lidas conotativamente, enriquecendo os sentidos latentes na letra.


My new lover made me keys to the house,
And when we got home, well we just started chopping wood,
Because you never know how next year will be,
And well gather all our arms can carry,
I have lost to february

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