CIRCULAR
(Trenzinho
caipira ao fundo)
Da janela
só vejo o
movimento da paisagem
enquanto o
tempo,
escoando na
ampulheta
quebrada da
história,
ri cinicamente
Da janela
a paisagem
me ignora
ensimesmada
atenta
apenas
ao rodopio
do vento
De qualquer
forma
árvores me
acenam
indiferentes
ao
movimento
que sempre
retorna
Da janela
me despeço
sem gestos
largos
das
paisagens fincadas
no pretérito
O vidro que
vê
tanta terra
para trás
é o que
separa
os lados
do olhar
Da janela
se parte
a paisagem
em duas
Com o vento
na cara
a vida se
contrai
e dura
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