domingo, 10 de junho de 2012













CIRCULAR

(Trenzinho caipira ao fundo)



Da janela

só vejo o movimento da paisagem

enquanto o tempo,

escoando na ampulheta

quebrada da história,

ri cinicamente



Da janela

a paisagem me ignora

ensimesmada

atenta apenas

ao rodopio do vento



De qualquer forma

árvores me acenam

indiferentes

ao movimento

que sempre retorna



Da janela

me despeço

sem gestos largos

das paisagens fincadas

no pretérito



O vidro que vê

tanta terra para trás

é o que separa

os lados

do olhar



Da janela

se parte

a paisagem em duas

Com o vento na cara

a vida se contrai

e dura

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