terça-feira, 14 de agosto de 2012


POEMA DE SETE MÁSCARAS



Quando morri ,

o cineasta Godard

disse: “Basta de fita!

Não faça cena!

No cinema

todo sangue é extrato de tomate”.



Os livros espiam da estante

Os discos se espalham na noite.

Nada será como antes,

se houvesse na agenda o tempo.



O vagão passa cheio de tecnologia:

celulares, iPods, tablets.     

Para que tanta fala

e tão pouco diálogo?

Pergunto a mim, do outro lado.



O homem atrás dos óculos

é sério e simples. Irônico

o destino e seus clichês.

Lê Sartre e Camus

num bulevar francês.



Onde é que Deus se esconde,

perdidos o bonde

e a esperança?



Mundo mundano mundo,

não fossem tantos os danos.

Meu coração contemporâneo

acha chato ser moderno

e chatas as máscaras modernas

que ignoram a história.



Eu não sei se devo escrever

se versos são enigmas ou achados,

mas essa lua de ateliê

mas essa rua sem saída

mas essa vida que passa ao largo.



Marcus Vinicius Quiroga

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