LITERÁRIAS
Castro Alves
mostrou
que até os românticos
dão um tiro no pé.
Álvares de Azevedo
segundo Mário de Andrade,
tinha síndrome de “amor e medo”.
Gonçalves Dias
deixou o Maranhão
só para escrever uma canção.
Parece que não sabia
que em São Luís
já teria seu exílio.
Eis um típico engano:
o romântico achou
que tinha o amor sob controle
e tornou-se parnasiano.
O poeta ouviu
o crítico do andar de cima
e preferiu a rima à solução.
Mesmo o romantismo
tem que ter um pé no chão.
Amor, estrela, lua.
O poeta flutua
na torre sem marfim solitária.
Fechado em seu tempo,
não vê que a vida é diária. ‘
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