domingo, 2 de setembro de 2012


 

 

 
 
ESPREITA
 
Na cama, ouvimos gotejar o silêncio.
Entre lençóis apenas se escuta
o barulho de luzes
acendendo a noite.
As ruas caminham
com seus passos de paralelepípedos
Assustados com a chuva,
o corpo curvado da ladeira.
para se esquivar da acupuntura
das agulhas molhadas.
O quarto sobrevive
à queixa
e esperamos, indóceis, o silêncio escurecer.
 
Ronaldo Costa Fernandes
 
    Vejamos a presença da sinestesia neste poema, para distinguirmos o caso específico da sinestesia nas imagens sensoriais.Esta figura de palavra  consiste em agrupar e reunir sensações originárias de diferentes órgãos do sentido: visão, tato, olfato, paladar e audição. Já denominamos de imagem sensorial, quando existe apenas a referência aos sentidos, mas sem a sua união.
    No terceiro verso, temos “ barulho de luzes’ e no último, “silêncio escurecer”, ou seja, a imagem une os sentidos auditivo e visual nos dois casos.
 
 Marcus Vinicius Quiroga
 



 

 

 

 

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