Velhos Amigos
Velhos amigos vão sempre se encontrar
Seja onde for, seja em qualquer lugar
O mundo é pequeno, o tempo é invenção
Que o amor desfaz na tua mão
Nada passou, nada ficará
Nada se perde, nada vai se achar
Põe nosso nome na planta do jardim
Vivo em você e você dorme em mim
E quando eu olho o imenso azul do mar
Ouço teu riso e penso: onde é que está?
A nossa planta o vento não desfez
É nunca mais, mas é mais uma vez
Seja onde for, seja em qualquer lugar
O mundo é pequeno, o tempo é invenção
Que o amor desfaz na tua mão
Nada passou, nada ficará
Nada se perde, nada vai se achar
Põe nosso nome na planta do jardim
Vivo em você e você dorme em mim
E quando eu olho o imenso azul do mar
Ouço teu riso e penso: onde é que está?
A nossa planta o vento não desfez
É nunca mais, mas é mais uma vez
Nesta letra de Montenegro,
vemos nos versos “Nada passou, nada ficará” e “É nunca mais, mas é mais uma vez”
o uso do paradoxo. A princípio todo
paradoxo é absurdo, pois lida com contradições, ou seja, a segunda afirmação
entra em choque com a primeira e a desfaz. Se isto é certo do ponto de vista
linguístico, nem sempre o é sob o prisma das interpretações. E a existência é
repleta de paradoxos, que, ironicamente, fazem muito sentido.
“Nunca mais” e “mais uma
vez” se referem ao tempo, mas, se o tempo no dizer do compositor é invenção, os
sentimentos conseguem compreender o choque de sentidos e reconhecem que muitas
vezes só os paradoxos dão conta da enunciação.
Marcus Vinicius Quiroga
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