DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
Manoel Bandeira
DESCENDO LADEIRAS
Eu faço versos
como quem desce ladeiras
rolando verbos
abocanhando cantos
Versos carregados
de mistérios
Soltos
volúveis
ásperos
Eu faço versos
como quem soluça
Marcia Barroca
Descendo
ladeiras faz parte de POEMAS NUS, novo livro de Marcia Barroca, e
estabelece uma relação intertextual com Desencanto,
de Manoel Bandeira.
Façamos também um poema em que
explicitemos o modo como escrevemos, usando o início de Desencanto: “ Eu faço versos como quem...”.
Marcus Vinicius
Quiroga
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