segunda-feira, 8 de julho de 2013

O MINÉRIO DO POEMA





                                           Augusto Sérgio Bastos



Pseudopsicologia da composição

                                                  A João Cabral

 Espero meu poema 

com as mãos lavadas.

A folha em branco,

sem máculas e pudica,

é berço de palavras,

solo fértil para poesia.

Nela não há o amanhã

nem as incontáveis vésperas.

 

Em breve o texto se revelará.

Faço um pedido:

seja mineral 

o papel onde o verso se inscreve,

seja mineral o próprio verso.

Mas que eu possa debulhar as palavras,

recolher as sílabas

e fecundar o poema. 

 

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