sexta-feira, 19 de julho de 2013

O DITO E O OCULTO

Dia 5

Ruy Maurity
Uma noite clara, clara e macia
Quase madrugada, na beira do dia
O garçom atento, mal acostumado
Do lado de dentro, sempre de um lado
Você me querendo mais do que eu preciso
Mais do que eu entendo
Do lado de dentro, sempre à mesma hora
Na mesa do centro, do lado de fora
Eu queria tanto, precisava tanto
Pois sabia quanto eu não tinha nada
Quase madrugada calma e macia
Minha camarada.
Não sei, talvez amanhã eu não sou mais eu
De manhã nada aconteceu, aconteceu
Vejo a ilha rasa, longe no oceano
Cada um pra casa com o seu engano
Rua tão vazia, vamos de mãos dadas
Na volta do dia, na volta do nada
O garçom sorrindo, já mudou a roupa
Mais um dia findo.
        Eis aqui um exemplo de texto elíptico, ou seja, de um texto que escreve nas entrelinhas,
 deixando o sentido no ar, sem completar os versos. Por se tratar de uma letra (e mais ainda neste caso)  é fundamental ouvir a música e, de preferência, com a interpretação de Taiguara. Vejamos o verso “De manhã nada aconteceu, aconteceu”. Na segunda oração, qual seria o sujeito?
    A letra  é feita de sugestões , de cenas entrecortadas, em um jogo de desloca a visão do exterior para o interior, alternadamente.

        Faça um texto em que haja sentidos elípticos, com o cuidado para que não seja um texto incompreensível, caso você omita em demasia. 

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