terça-feira, 19 de agosto de 2014

O POEMA E A EPÍGRAFE

                                                     Augusto Sérgio Bastos

Página virada

Ah, vida, porque pões asa
no sonho e não em quem sonha?
Afonso Felix de Sousa

O tempo se dobrou como a folha do dicionário.
E foi deixando marcas indeléveis.
À primeira dobra não dei importância.
Acreditei que um passar de dedos poderia alisá-la,
o próprio peso do papel iria corrigir o amassado.
Um dia, os sonhos foram perdendo altura
e soube que essas marcas nunca sumiriam.
Página virada, a ruga, hoje, faz parte do sorriso.


Faça um poema com base em uma epígrafe de um poeta contemporâneo
















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