DIA 5 (Ruy Maurity)
Numa noite clara, clara e macia
Quase madrugada, na beira do dia
O garçom atento, mal acostumado
Do lado de dentro, sempre de um lado
Você me querendo mais do que eu preciso
Mais do que eu entendo
Do lado de dentro, sempre à mesma hora
Na mesa do centro, do lado de fora
Eu queria tanto, precisava tanto
Pois sabia quanto eu não tinha nada
Quase madrugada calma e macia
Minha camarada.
Não sei, talvez amanhã eu não sou mais eu
De manhã nada aconteceu, aconteceu
Vejo a ilha rasa longe no oceano
Cada um pra casa com o seu engano
Rua tão vazia, vamos de mão dada
Na volta do dia, na volta do nada
O garçom sorrindo, já mudou a roupa
Mais um dia findo.
Quase madrugada, na beira do dia
O garçom atento, mal acostumado
Do lado de dentro, sempre de um lado
Você me querendo mais do que eu preciso
Mais do que eu entendo
Do lado de dentro, sempre à mesma hora
Na mesa do centro, do lado de fora
Eu queria tanto, precisava tanto
Pois sabia quanto eu não tinha nada
Quase madrugada calma e macia
Minha camarada.
Não sei, talvez amanhã eu não sou mais eu
De manhã nada aconteceu, aconteceu
Vejo a ilha rasa longe no oceano
Cada um pra casa com o seu engano
Rua tão vazia, vamos de mão dada
Na volta do dia, na volta do nada
O garçom sorrindo, já mudou a roupa
Mais um dia findo.
Observemos a identificação de tempo (noite
clara, madrugada, de manhã, dia findo) e espaço (do lado dentro, na mesa
do centro, pra casa, rua tão vazia) para situar o encontro de um casal. No
entanto, é um texto de sugestões,que foge à mera descrição. Temos o
segundo momento da letra na terceira estrofe com os versos “Não sei, talvez
amanhã eu não sou mais eu De manhã nada aconteceu, aconteceu” , cuja
força está nesta negação/afirmação. Que tal agora fazermos um poema com
uma linguagem elíptica, dizendo e escondendo algo ao mesmo tempo?
Marcus Vinicius Quiroga
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