quinta-feira, 8 de novembro de 2012


DIÁLOGO

Quem pôs este porto
no meio da sala?
Quem trouxe a tempestade
no vazio das frases?
Quem mantém a âncora
presa no pensamento?
Quem sentou-se à espera
de um rodamoinho?

Quem navega à deriva
no fundo do espelho?
Quem se fez de ilha
no jogo de estátuas?
Quem do continente
acena lenços fictícios?
Quem afoga faróis
nas águas cegas da inércia?

A caixa de medo espia
o uso equivocado do tempo,
enquanto ondas se sucedem
dos dois lados da janela

Marcus Vinicius Quiroga
   

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