Paixão (Adélia Prado)
De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
O mundo, cheio de departamentos,
não é a bola bonita caminhando solta no espaço.
Faca é faca
Pão é pão
Fome é fome
Amor é amor
Estranho desígnio das coisas
De serem exatamente elas
Quando as olhamos sem paixão
Nos dois textos temos o verbo “olhar”, mostrando
que a poesia também está no olhar, no modo de olhar que precede o ato de escrever.
Ou seja, poesia é ter uma visão diferente. Sem poesia, a poeta vê a pedra apenas
como pedra.
Faça um poema em que o “seu” olhar de poeta apareça.
Marcus Vinicius
Quiroga
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