Ronaldo Costa Fernandes
A PLANTAÇÃO DE
EQUÍVOCOS DE MEU PAI
Nas raízes da
mais tenra idade,
vi, no
quintal, meu pai
cultivar uma
plantação de erros.
Era uma beleza
de galhos retorcidos, mais densos e rasteiros
como são os
pensamentos
em forma de
tubérculos
que vivem com
a cabeça e o corpo
enfiados na
terra.
Aqui, um pé
atrás de desconfiança.
Ali, as folhas
mortas do desinteresse
e cós cipós do
ciúme.
Eu ainda era
muito verde para saber
que a vida
também é uma fruta:
uns apodrecem
ainda em pé,
outros
amadurecem enrolados
na quentura
dos jornais
enquanto a
maioria
segure o ciclo
das frutas:
broto,
crescimento e
por fim o
cárcere dos dentes.
Veja como as
imagens se valem de uma área de significação
(quintal,
cultivar, galhos, tubérculos, cipós, fruta, apodrecer,
amadurecer,
frutas, broto...). Depois faça um poema, usando
o mesmo recurso e terminado com uma metáfora inusitada
como “cárcere de dentes”.
o mesmo recurso e terminado com uma metáfora inusitada
como “cárcere de dentes”.
Marcus
Vinicius Quiroga
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