ALQUIMIA
O poema flui
como água corrente,
tal um rio calcário,
submerge e torna a ser.
Da alquimia
do meu coração
deságua grande amor.
Desligo-me das neuroses,
procuro minha alegria
[minha marca registrada]
e acho
meu caminho de volta
tecendo poemas.
Alice Spíndola
Como hoje a escritora Alice Spíndola desembarca no Rio, nada mais justo do que nos lembrarmos de seus textos. E pensamos sobre a alquimia da poesia, que por definição é algo que transforma e nos transforma.
Quando lemos certos poemas, podemos detectar o momento em que o poético se instaura, quebrando a linearidade da denotação, desviando o curso das águas. Em uma leitura “normal”, estamos desatentos para a construção do texto, interessados apenas em sua fruição, mas, como poetas, precisamos aprender a reconhecer os momentos alquímicos do texto para saber criá-los.
Atenção precisamos ter também para perceber o que está submerso (tal um rio calcário) nas palavras, afinal o poema, como adverte Alice, é um tecido, uma tapeçaria, que fazemos e refazemos.
Sabemos que o exercício de poeta exige que, para elaborar momentos alquímicos em seus versos, seu olhar se disponha a identificar os momentos alquímicos da vida, no meio da correnteza do dia a dia.
E, como estamos em página de polissemia, lembremo-nos ainda que todo texto não só tem um olhar do mundo, como também uma troca de olhar com o leitor, este cúmplice.
O poema flui
como água corrente,
tal um rio calcário,
submerge e torna a ser.
Da alquimia
do meu coração
deságua grande amor.
Desligo-me das neuroses,
procuro minha alegria
[minha marca registrada]
e acho
meu caminho de volta
tecendo poemas.
Alice Spíndola
Como hoje a escritora Alice Spíndola desembarca no Rio, nada mais justo do que nos lembrarmos de seus textos. E pensamos sobre a alquimia da poesia, que por definição é algo que transforma e nos transforma.
Quando lemos certos poemas, podemos detectar o momento em que o poético se instaura, quebrando a linearidade da denotação, desviando o curso das águas. Em uma leitura “normal”, estamos desatentos para a construção do texto, interessados apenas em sua fruição, mas, como poetas, precisamos aprender a reconhecer os momentos alquímicos do texto para saber criá-los.
Atenção precisamos ter também para perceber o que está submerso (tal um rio calcário) nas palavras, afinal o poema, como adverte Alice, é um tecido, uma tapeçaria, que fazemos e refazemos.
Sabemos que o exercício de poeta exige que, para elaborar momentos alquímicos em seus versos, seu olhar se disponha a identificar os momentos alquímicos da vida, no meio da correnteza do dia a dia.
E, como estamos em página de polissemia, lembremo-nos ainda que todo texto não só tem um olhar do mundo, como também uma troca de olhar com o leitor, este cúmplice.
Marcus Vinicius Quiroga
Nenhum comentário:
Postar um comentário