Hoje vamos aproveitar a deixa do último blog, quando apresentamos o texto de Arlete Nogueira da Cruz e vamos pôr na tela mais dois em que há referências a Van Gogh. Ou, como dizia João Cabral: “...De um que apanhe esse grito que ele/e o lance a outro...
Fica a proposta de um exercício: a leitura dos dois poemas e o entendimento do porquê da presença do pintor holandês nos dois. De que forma os textos são poeticamente um reflexo de suas pinturas? Como ocorre a intertextualidade entre os poemas e os quadros? Seria, para usar uma palavrinha mais difícil, uma transcodificação?
E, por último, por que não fazer você um texto que aluda ao pintor? Ou, se quiser, a seu pintor predileto.
Marcus Vinicius Quiroga
GOTA MÁGICA
Caminho aberto, em trigo e girassóis,
sutil gota mágica se desprende
em louro momento de cor e tela
e em prisma de madrugada e flor.
Suarento lema na maré afaga
folhas em momento de outono,
mágica riqueza de Midas,
loura poesia na arte de Van Gogh.
Ramos de ouro em prumos,
em armas de sutil carisma,
contraste de seca e flor.
Tema que armadilha gestos
na temática do poeta-artista,
na magia do poderoso mago.
Alice Spíndola
IRREVERSÍVEL
desapareceu num quadro de Van Gogh
sem deixar vestígio
quem sabe o líquido que existia em sua taça?
talvez as palavras não tenham sido suficientemente
tácitas
seria capturado num leilão tardio?
ou sob a forma de um trigo teria amadurecido
a paisagem e o desvario?
Marcus Vinicius Quiroga
Nenhum comentário:
Postar um comentário